O caminho do homem e o caminho de Deus

CONTINUAÇÃO DE " O SANGUE" 

Vamos agora para Gênesis 4:3-4 ―E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR, e Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta.‖ Aqui temos a dois jovens do mesmo pai, criados precisamente sob circunstâncias similares, sob as mesmas influências e não há maneira de discernir diferenças entre os dois até que oferecem um sacrifício. Abel traz sangue e é aceito – Caim se apresenta à sua maneira, e é rejeitado. Sem dúvida, quando nossos primeiros pais caíram, Deus marcou o caminho pelo qual o homem devia apelar a Ele – Abel andou no caminho de Deus, porem Caim andou pelo seu mesmo. É possível que você tenha se perguntado do por quê a oferenda de Caim não foi tão aceitável como foi a de Abel – porem, um seguiu o caminho de Deus, e o outro o seu próprio. Quem dera Caim tenha considerado que não podia tolerar a visão do sangue e apresentou aquilo que Deus havia amaldiçoado e o colocou sobre o altar. Quem sabe tenha dito: ―Não irei apresentar um cordeiro cheio de sangue. Não gosto dessa doutrina, absolutamente. Aqui há excelentes grãos e frutos que consegui com meu esforço, e isso, certamente, tem melhor aspecto do que sangue.‖
E hoje em dia existem muitos Caimitas na Igreja. Estão tentando entrar no céu por seu caminho. Levam para Deus suas boas obras. Preferem o que é agradável à vista, como Caim com seu trigo e seu fruto – mas não lhes agrada a doutrina do sangue expiatório. Desde o momento que Adão deixou o Éden tem existido Abelistas e Caimitas. Os Abelistas passaram pelo caminho do sangue: os Caimitas pelo seu próprio. Esses querem livrar-se da doutrina do sangue, porem podem estar bem certos de que toda religião que menospreza o sangue é do diabo. Não importa que o pregador seja eloquente – se ela fala contra o sangue está fazendo a obra do diabo.
Não lhe escute. Se um anjo do céu pregasse outro evangelho, eu não o creria. ―Cristo morreu por nossos pecados‖, esse é o evangelho que Paulo pregava, que Pedro pregava, e esse é o evangelho que Deus sempre honrou para a salvação das almas dos homens.
Sigamos a corrente do tempo uns 2000 anos, e acharemos outra ocorrência importante. Gênesis 8:20: “E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo o animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto sobre o altar.” Temos passado agora da primeira dispensação para a segunda1 – e o primeiro que Noé fez foi colocar sangue entre ele e seus pecados. A segunda dispensação se funda no sangue. Dessa maneira, Noé andou pela via de sangue – para isso os animais foram levados através do dilúvio – e todo o povo de Deus tem andado por essa via desde então, porque é o sangue que expia o pecado.
Vamos agora a Gênesis 22:13 ―Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.‖ Deus amava tanto a Abraão que poupou a seu filho Isaque, porem amava tanto ao mundo que não poupou a Seu próprio Filho, mas sim o entregou por nós. É-nos dito que Abraão viu o dia de Cristo e se alegrou: Não sei quando o viu, porem tenho a ideia de que foi nesse mesmo lugar que Deus apartou a cortina do tempo para Abraão e lhe mostrou Cristo como portador do pecado.
Olhemos brevemente a cena. Há um altar, edificado por ordem de Jeová. Deus lhe diz que tome a seu filho, seu único filho, a quem amava, o amarre e o sacrifique. Ele amarrou o garoto. Tudo está disposto e agora Abraão toma o cutelo para sacrificar seu filho. Ele não sabe o que isso significa, mas Deus o ordenou, e ele obedece. Eu desejaria que houvesse homens como Abraão hoje em dia, dispostos a obedecer a Deus de olhos fechados, sem perguntar o porquê, ou a razão das ordens. Posso ver a Abraão quando abraça o seu filho e lhe apertar ao peito e chora sobre ele. Pode-se ouvir que lhe diz o segredo que lhe havia escondido por um instante. Que cena! Que luta deve ter sido a sua!

Sermão pregado
Por Dwight L. Moody
Na segunda metade do século XIX, na América

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