Lembranças
Meu tio um escritor nas horas vagas deixou registradas alguns textos que são maravilhosos e que aqui compartilho com todos e espero que gostem. Quanta lembrança, Do velho carro de boi. Cantiga dobrada. O carreiro imponente, Empunhando a guiada. Estrada estreita, Toda empoieirada. O carro descia, Descida embalada. Da roda do carro A chapa às vezes soltava. Sem proteção, o eixo quebrava, E naquele embalo Às vezes tombava. De dentro do carro O café entornava, Mas com jeito e paciência, Tudo se ajeitava. Após a descida, Havia a parada. O carreiro Zé Estevão, O cação apertava. Debaixo do carro, A candeira afinada E a cantadeira afinada E a cantiga dobrada, Assim continuava. A junta de boi de guia, De passos firmes, para a fazenda seguia. Não havia erro, Pois a estrada conhecia. Lá na volta do caminho, Então a boiada aparecia O candeeiro era eu, A minha missão cumpria. Pés descalços, Enfrentando os percalços, O morro do Elbi descia. Com sede e com fome E o corpo suado, o humor não perdia.