Digam aos irmãos que “fico”
Perguntam-me insistentemente, se “fico” ou “vou” para o lado dos que se foram.
Parafraseando D. Pedro I, respondo: “Digam aos irmãos que FICO”, pelas razões que elenco a seguir:
- Fico pelos filhos e esposa que convictos estão de que eu os encaminhei para algo bom. Desistir, agora, seria dar-lhes um atestado de que falhei e que foram vítimas de um embuste nesses quarenta anos que professam a fé que lhes transmiti;
- Fico pelas centenas de crianças que apresentei ao Senhor nesses anos de Ministério Pastoral e que hoje são adultos, alguns pais e até avós; pelos casamentos que celebrei, pelos batismos que ministrei, em nome do Senhor. Sair, agora, seria deixar órfãos um grande número de “filhos espirituais”.
-Fico por aquele irmãos que morreram pelas estradas em trabalhos de evangelização (cinco em Maringá, três de Alto Rio Novo, três descendo do Maanaim, depois de realizarem trabalhos de preparo para um Seminário que seria realizado a seguir...). Verdadeiros heróis da fé dos tempos modernos.
-Fico solidário à dor daquele irmão cuja filha sofreu um acidente com arma de fogo, estando paraplégica há quase vinte anos, e que ao receber a notícia da tragédia estava no Maanaim, esperando a primeira aula do dia e cuja expressão foi: “Louvado seja o Senhor” .
-Fico pelas mulheres que ao se converterem foram repudiadas por seus maridos e vice-versa, cujos filhos viram os pais se separarem por divergências religiosas, mas que hoje, já homens e mulheres permanecem crendo no Senhor, órfãos de pais vivos.
-Fico pela irmã Normandina que antes de falecer, aos 101 anos, chamou-me ao seu leito e sussurrou: “Obrigado pastor por ter-me levado a conhecer Jesus. Estou indo para Ele e lá esperarei pelo irmão... esta noite alguns anjos me visitaram e disseram que a minha hora tinha chegado e que o Senhor me espera. Perguntei se tinha varal e sabão para eu estender as roupas lavadas... Um dos anjos respondeu: ‘...não precisa mais, lá não tem lavadeiras porque as roupas não sujam, são alvas eternamente...’
-Fico, sobretudo porque o mesmo Jesus que vai com os que se vão, fica aqui também, segundo a Sua Palavra: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles”. Os que partem deixarão saudades e raízes que produzirão novas videiras e o vinho de Caná continuará sendo servido.
Fico, pois estou edificado na rocha dos séculos, e as ventanias desta presente hora não abalaram a minha caminhada de Fé!
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