Religioso eu? Agora digo que não!


 
Parte II

Retornado ao nosso assunto anterior citarei um resumo dos principais grupos religiosos no período do Senhor Jesus Cristo:
Os Saduceus: intimamente ligado ao Templo e ao Sacerdote, alguns fazem uma associação com o Sumo Sacerdote “Zadoque” ainda nos dias de Davi (2Sm 8:17; 15: 24) e Salomão (1Rs 1:34 – 35; 1Cr 12:28). O profeta Ezequiel atesta sua linhagem sarcedotal (Ez 40:46; 43:19; 44: 10-15). Assim o grupo era visto como o partido dos Sumos Sacerdotes e das famílias aristocráticas, entretanto, nem todos os sacerdotes eram Saduceus. Os Saduceus exerciam o poder político, apoiavam os governantes (Herodes), enfrentavam feroz e violentamente a oposição dos fariseus e zelotes. Eram conservadores e optavam por uma interpretação literal da Torah (Lei de Moises ou vamos dizer o Velho Testamento) e rejeitavam a lei oral ou tradição; enfatizavam a importância fundamental do Templo e todo o sistema sacrifical, pois era sua base política e fonte econômica (os mercadores do Templo pagavam taxas aos sarcedotes) “e para não ofender a ninguém que fique claro que as coincidências com algumas religiões é meramente coincidência, incrível, não acham? Eles negavam a existência dos anjos, espírito e a ressurreição (Atos 23:6-10) e desconsideravam a interferência de Deus nas atividades humanas (nossos deitas atuais).
Associam-se aos fariseus e zelotes em oposição a Jesus e depois à Igreja unicamente por que anteviam um prejuízo econômico e político. Os apóstolos foram ameaçados de morte e posteriormente Estevão foi apedrejado por ordem do Sinedrio cuja a maioria era Saduceus e desapareceram do cenário após a destrui9ção do Templo em 70 d.C.         
Os Fariseus: o nome é derivado da expressão hebraica que significa “ser separado”, no caso, das práticas e conceitos pagãos. Surgiram no período do segundo Templo após a rebelião dos Macabeus. Era a maior seita e a de maior influência nos dias de Jesus e no período dos Atos dos Apóstolos; Mantinham um conflito permanente com os Sacerdotes (apoiados pelos Saduceus) e conseguiram tirar várias cerimônias do Templo e começaram a realizá-las nos lares. Aceitavam o cânon completo do Antigo Testamento e o interpretava de forma alegórica; Davam muita importância à lei oral ou tradição que defendiam como sendo parte da revelação de Deus a Moisés; Ensinavam que Deus fez o ser humano com a tendência tanto para o bem como para o mal e ele deveria fazer sua própria escolha; mas Deus ajudava o povo a fazer o bem; Acreditavam em anjos e outros espíritos, na imortalidade da alma e na ressurreição; Apesar de duramente criticados por Jesus, por seus excessos e hipocrisia (Mt 23.5,23ss; Lc 18.1ss), o apostolo Paulo defende sua herança como fariseu (At 22) e há muitos pontos de convergência entre as convicções teológicas dos fariseus e as doutrinas da igreja primitiva. Os judeus ortodoxos ainda preservam muito das idéias e doutrinas dos fariseus.
Os Essênios: Tem suas origens ainda nos dias dos Macabeus (aprox. século II-70 d.C.) Fraternidade ascética - semelhante ao monasticismo; alguns viviam em Qumran, onde foram encontrados os rolos do mar Morto. Cerca de quatro mil deles estavam espalhados pelas regiões da Judéia. Eram mais radicais do que os fariseus; ascetas abstinham-se do casamento; observavam rigorosamente as leis sobre os banhos cerimônias e orações diárias; defendiam a propriedade em comum (conceito assimilado pelos primeiros cristãos); cultivavam uma visão profundamente apocalíptica e se consideram os remanescentes da mensagem e promessas proféticas; opunham-se totalmente ao culto do Templo por entenderem que estava totalmente corrompido; Cada um se sustentava a si próprio  e valorizavam o trabalho manual; Muitos desejam ligar João Batista a este grupo. Não há indícios atualmente deles.  
Os Zelotes: Alguns remontam sua origem aos Macabeus, mas a maioria prefere uma data próxima do ano 37 a.C. e desapareceram por motivos obvio após a destruição do Templo em 70 d.C. Receberam este nome por sua oposição sistemática a todo e qualquer vestígio do domínio romano na Palestina; recusavam-se a pagar impostos (provavelmente os adversários de Jesus queriam ligá-lo aos zelotes quando o provocaram com a questão do tributo) e aterrorizavam os dominadores romanos; odiavam os Saduceus. Eram fanáticos e levavam às últimas conseqüências suas concepções teológicas (certamente derrubariam, se houvesse as duas Torres dos romanos). Um dos doze chamados por Jesus, Simão, é associado a este grupo (Lc 6,15; At 1,13). Por razões óbvias desapareceram após a destruição de Jerusalém em 70 d.C. Além destes grupos religiosos, havia também outros grupos e instituições que compõe o quadro religioso judaico no período do Novo Testamento: 
Os Herodianos: Evidentemente que surgem com a efetivação da dinastia Herodiana na Palestina. Não eram um grupo religioso apoiavam integralmente a dinastia Herodiana; assimilaram totalmente a cultura helenista; aceitavam passivamente o domínio romano; provavelmente eram ricos e tinham grande influência política. (estariam muito à vontade no seio evangélico brasileiro). Também apoiaram a oposição contra Jesus (Mt 22.16; Mc 3.6; 12,13). Tinham um subgrupo mais belicoso chamado de “Sicários” que significa “homens da adaga”, pois apunhalavam pelas costas aqueles que consideravam amigos de Roma. Estiveram envolvidos diretamente na revolta que culminou com a destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos. São mencionados uma única vez em Atos 21,38 e classificados como “terroristas”. (não há nada novo debaixo do sol).
Os Escribas: Por causa da grande dispersão dos judeus criou-se a necessidade de se ter muitos exemplares da lei, já que cada congregação necessitava de uma cópia da lei. Os escribas eram estes copistas profissionais e tornaram-se peritos no estudo do texto sacro. Estavam em igualdade com os sacerdotes nos assuntos religiosos. 
O Sinédrio: Do hebraico "Sanhedrim" (Assembléia). Era o supremo concílio dos judeus. Os judeus da diáspora o chamavam "Guerusia ou ainda Sinédrio". Equivalia ao Senado dos gregos e romanos. Decidia acerca da matéria legal e religiosa. Era presidido pelo Sumo Sacerdote em função. Alguns querem retrocedê-lo aos dias de Moisés ou Esdras, mas com certeza é fruto dos dias dos Hasmoneus (Macabeus - segundo século a.C.), terminando sua história em 66 d.C. Tinha mais ou menos poder dependendo do Governante de plantão. O número de membros era de 70, comumente escolhido entre os eruditos e representantes das várias facções religiosas.
 As Sinagogas: Palavra grega que significa "convocação ou assembléia". Era lugar onde se celebra culto religioso. É provável que tenha se iniciado no período do cativeiro babilônico, como substitutivo do Templo, ou talvez como imediata necessidade para os exilados se reencontrarem. Introduzida por Esdras na Palestina, logo se difundiu por todo Israel. Desde o século I da era cristã há noticias da existência de sinagogas nos lugares onde havia judeus fora da Palestina. Os homens da congregação, em numero indeterminado, se reuniam a cada sábado para adoração e no segundo e quinto dia da semana para ouvir a leitura das Escrituras. Qualquer pessoa podia entrar numa sinagoga e a qualquer tempo, o que atraiu um numero crescente de prosélitos, principalmente fora de Israel. Nos dias de Jesus era muito popular e tornou-se o ponto de referência para o trabalho missionário de Paulo.
Bom, ai está parte resumida das divisões das religiões no tempo de Jesus, próxima parte retornamos nosso assunto o porquê não sou religioso.  

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