João Bunyan Sonhador imortal
"Veio-me às mãos uma obra dos 'Ranters', livro estimado por
alguns doutores. Não sabendo julgar os méritos dessas doutrinas, dediquei-me a
orar desta maneira: 'Ó Senhor, não sei julgar entre o erro e a verdade. Senhor,
não me abandones por aceitar ou rejeitar essa doutrina
cegamente; se ela for de ti,
não me deixes desprezá-la; se for do Diabo, não me deixes abraçá-la!' - e,
louvado seja Deus, Ele que me dirigiu a clamar; desconfiando na minha própria
sabedoria, Ele mesmo me guarda do erro dos 'Ranters'. A Bíblia já era para mim muito preciosa nesse tempo."
"Enquanto eu me sentia
condenado às penas eternas, admirei-me de como o próximo se esforçava para
ganhar bens terrestres, como se esperasse viver aqui eternamente... Se eu pudesse ter a certeza da salvação da
minha alma, como se sentiria rico, mesmo que não tivesse mais para comer a não
ser feijão."
"Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: 'Ó
Senhor, mostra-me, eu te rogo, que me amas com amor eterno!' Logo que
clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: 'Eu te amo com amor eterno!'
O Senhor me assegurou: 'Amei-te enquanto vivias no pecado, amei-te
antes, amo-te depois e amar-te-ei por todo o sempre'."
"Percebi pelas Escrituras que o Espírito Santo
não quer que os homens enterrem os seus talentos e dons, mas antes que
despertem esses dons... Dou graças a
Deus, por me haver concedido uma medida de entranhas e compaixão, pela alma do
próximo, e me enviou a esforçar-me grandemente para falar uma palavra que Deus
pudesse usar para apoderar-se da consciência e despertá-la. Nisso o bom Senhor
respondeu ao apelo de seu servo, e o povo começou a mostrar-se comovido e
angustiado de espírito ao perceber o horror do seu pecado e a necessidade de
aceitar a Jesus Cristo."
"Resolvi,
como Paulo disse, não olhar para as coisas que se vêem, mas sim, para as que se
não vêem, porque as coisas que se vêem, são temporais, mas as coisas que se não
vêem, são eternas. E compreendi que se eu fosse
prevenido apenas de ser preso, poderia, de improviso, ser chamado, também, para
ser açoitado, ou amarrado ao pelourinho. Ainda que esperasse apenas esses
castigos, não suportaria o castigo de desterro. Mas a melhor maneira para passar os sofrimentos seria confiar em Deus,
quanto ao mundo vindouro; quanto a este mundo, devia considerar o sepulcro como
minha morada, estender o meu leito nas trevas, dizer à corrupção: Tu és meu
pai', e aos vermes: 'Vós sois minha mãe e minha irmã' (Jó 17.13,14).
"Contudo, apesar desse
auxílio, senti-me um homem cercado de fraquezas. A separação da minha esposa e
de nossos filhos, aqui na prisão torna-se, às vezes, como se fosse a separação
da carne dos ossos. E isto não somente porque me lembro das tribulações e
misérias que meus queridos têm de sofrer; especialmente a filhinha cega. Minha
pobre filha, quão triste é a tua porção neste mundo! Serás maltratada, pedirás
esmolas; passarás fome, frio, nudez e outras calamidades! Oh! os sofrimentos da
minha ceguinha quebrar-me-iam o coração aos pedaços!"
"As melhores orações consistem, às vezes, mais de
gemidos do que de palavras e estas palavras não são mais que a mera
representação do coração, vida e espírito de tais orações".
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