Liberdade do Espírito e Vida
O mais belo em uma apresentação
destas orquestras é vermos a perfeita sincronização entre as dezenas de músicos
e a notável combinação musical entre todos os instrumentos. Todos eles tem as
partituras gravadas na mente e no coração e estão todos com os olhos fitos nos
movimentos e na pessoa do Maestro, em extrema admiração, submissão e obediência
a Sua autoridade e controle.
Os músicos não se preocupam em abafar
ou prejudicar o som dos amigos ao redor; não trazem amplificadores, para
aparecer entre os demais, mas cada um apresenta e oferta o seu dom, para
alegria do Regente e de todos, através da obediência e submissão apaixonada,
como resultado gratificante de crescimento e objetivos comuns; e a platéia que
os assiste, se encanta com a unidade, com os dons e com a grandeza e brilho do
Regente, que se percebe também em todos os músicos, como testemunho vivo de
gratidão e louvor Àquele que os elegeu, capacitou e treinou.
Se a orquestra quiser tocar sozinha,
sem a direção e presença do Maestro, até poderá fazê-lo, mas perderá todo o seu
brilho, vida e verdadeira beleza. Ela poderá tocar também, confiante em si mesma
e em suas habilidades, até com a presença do Maestro, mas não no lugar que Lhe
é devido. O Maestro sofre, se entristece, contempla a lamentável situação de
seus músicos, mas não impõe ou obriga Sua incomparável e irreparável presença;
Ele anela que Sua presença e direção absoluta, seja conquistada e desejada
espontaneamente, com amor dedicado, admiração e respeito.
Muitas vezes, seus músicos fazem
bonitas introduções, que antecede as apresentações, elogiando, declarando a
grandeza do Maestro e proclamando que somente Ele é o Seu Regente, Seu idealizador
e Líder, mas somente da boca para fora, pois em seus corações cegos, doentes e
auto-suficientes, não dão mais o lugar, honra e louvor que é devido somente ao Maestro.
Assim acontece com muitos cristãos,
que se embriagaram em doses lentas, através de doutrinas mentirosas que
sutilmente elevam demais os dons e vocações dos membros do corpo, e lentamente
vão se distanciando da verdadeira posição e nivelamento espiritual de cada um
dos membros, no exercício diário do amor fraternal não fingido e na total
submissão pelo Cabeça do corpo e Senhor de suas vidas.
O outro lado deste desequilíbrio, é a
perda lamentável da visão e do desfrute que vem do Cabeça, por não Lhe darem toda
honra e louvor, como o Senhor da Igreja. Ao visitar diversos grupos de cristãos
hoje, iremos perceber que a principal causa da falta de amor, divisões, falta de
vida e crescimento, é a quase ou total falta de liberdade do Espírito Santo, no
meio dos irmãos, pela pobre e triste situação dos cristãos, em elevarem demais os
homens, por vanglorias diversas, como serem profundos conhecedores, estudiosos
ou doutores da lei; por estarem a décadas no comando das igrejas; por terem
feito muitas obras para Deus; por acharem que são importantes demais e que sem
eles, naquela igreja ou movimento, nada mais funcionaria e entraria em colapso
total; ou por chegarem a cegueira completa, ao ponto de não ouvirem ou
suportarem a mínima exortação ou conselho de amor, do menor e mais simples
membro da igreja.
Existem igrejas com quinhentos, mil
ou dois mil irmãos, que recebem cotidianamente, falsas doutrinas e
interpretações da Palavra, que contaminam a grande maioria dos membros. Milhões
de cristãos hoje vivem como um pobre
rebanho sem pastor, sem visão e conhecimento da Palavra de Deus. Deus certamente
irá cobrar um dia, a obra de cada um destes pastores e líderes.
Às vezes, desprezamos o trabalhar do
Espírito, não pela arrogância, mas pela ignorância, em nossas emoções não
controladas pelo Espírito e impressões erradas de um coração cheio de boa
vontade. Queremos fazer muitas coisas para o Senhor. Temos tantos planos
positivos, tantas qualidades e confiamos às vezes, demais em nós mesmos e no
nosso extenso currículo religioso. Muita obra, eloqüência, egoísmo, sermões
profundos e espiritualidade do grito entre os irmãos, sem a verdadeira Vida e o
controle de Deus, apaga, entristece e tira a liberdade do Espírito, impedindo o
Seu trabalhar na Igreja, fazendo inevitavelmente com que Cristo diminua, Sua
obra seja paralisada, adiada e que o homem continue cego em seu caminho
disfarçado de glória, dia a dia, enganado e exaltando a si mesmo.
Que cada um de nós, seus filhos,
possamos orar e suplicar ao Senhor e pedir que ele nos limpe, nos cure, nos
ganhe mais e mais, restaurando todo nosso ser, para apresentarmos nossas vidas
em total entrega e consagração a Ele, para sermos fortemente usados pelo Seu
Espírito, a fim de participarmos genuinamente na edificação do corpo de Cristo e
mudarmos esta geração, através de uma Igreja submissa, viva e vitoriosa, que
guarde e ame a Sua Palavra; que tema o Seu nome, exalte somente a Deus e
expresse ao mundo visível e invisível, o Seu amor, poder, honra e glória, para
todo sempre, amém.
Segue abaixo o texto maravilhoso de I
Corintios 3, onde Paulo pergunta a igreja:
“...quem
é Paulo, quem é Apolo?;...Vocês
estão andando segundo os homens!;...estão andando na carne!;...Nos somos apenas cooperadores de Deus;...só Deus dá o crescimento;...Cuidado
com o que vocês estão colocando sobre o fundamento que é Cristo, pois a obra de cada
um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um;...Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso;
Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte,
seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, E vós de Cristo, e Cristo de
Deus.“
Daniel
Prado Carneiro – Maringá, 01 de outubro de 2006.
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