PASTORES FERIDOS
Impressionante os dados a respeito
da matéria “Pastores Feridos” – por Marcelo Brasileiro, onde relata casos sobre
vários pastores que abandonam o púlpito enfrentam o difícil caminho da
auto-aceitação e do recomeço. Acho
que este resultado é consequência de um viver longe do que a palavra denomina a
vida da igreja.
O corpo de
Cristo, a noiva, a igreja, é orgânica, é viva, como o apóstolo Paulo comparou
sabiamente com o corpo humano, assim devem ou deveriam todos os membros
participarem das responsabilidades, das tarefas, dos cuidados, das despesas, do
pastoreio dos irmãos, das orações, das visitações, do discipulado, dos
batismos, de escrever o boletim, de fazer a contabilidade, de cuidar da limpeza,
e tantas outras tarefas. Isso é vida da igreja saudável. Por isso Paulo fala
que TODOS OS MEMBROS SÃO IMPORTANTES E QUE TODOS TEM UMA FUNÇÃO ESPECÍFICA NO
CORPO DE CRISTO.
No sistema de
cristianismo atual, os irmãos foram se distanciando de princípios importantíssimos
e vitais para o crescimento e vida saudável do corpo de Cristo. Não podemos julgar
ou chamar de pecado, mas sim, de uma vida que criará mais problemas, pois se -
colocarmos muitas atribuições ou exercitarmos só algums membros, teremos
problemas de sobrecarga destes irmãos, conforme está descrito no texto publicado
e nas estatísticas levantadas. Daí vem à depressão, desgaste excessivo e
desistência dos ministérios. A figura do pastor e líderes na igreja não podem
ser de um super-homem ou de um super-cristão. Tanto é que nas pesquisas
levantadas nesta matéria fala indiretamente sobre isso, quando relatam que:
“Gedimar
traça quatro principais razões que podem ser cruciais para a desmotivação e o
abandono do ministério. “Ativismo exagerado, que não deixa tempo para a família
ou o descanso; vida moral vacilante, que abre espaço para a tentação na área
sexual; feridas emocionais e conflitos não resolvidos.”
Ou seja,
ativismo exagerado ou exercício excessivo de só alguns membros, teremos assim
um corpo deformado, com alguns membros musculosos e fortes e outros ou maioria,
raquíticos. Isso não é um corpo saudável, nem modelo de crescimento e
edificação da igreja, mas aberrações ou
modelos franksteins. Deus não gerou a igreja, para que alguns entrem neste
ativismo, que exalta o individualismo, mas desgasta e exige demais. A
consequência desta exaltação de poucos, resulta indiretamente numa cobrança injusta
e desproporcional dos outros e de si próprio, quanto a uma vida moral e
espiritual impecável. Muitos pastores por causa disso, são obrigados a inventar
uma nova identidade ou uma roupagem falsa, que irá desabar cedo ou tarde, pois
não está de acordo com a verdade e nem com o amor fraternal mútuo entre todos.
Viver uma vida com uma cobrança extremamente pesada em somente alguns membros
podem causar desgastes, decepções e traumas profundos na vida de pessoas, que
trilharam um caminho longe dos padrões que Deus estabeleceu para o corpo –
mutualidade, coletividade, nivelamento espiritual, maturidade, crescimento,
discipulado, estudo contínuo da palavra e vida de oração - de toda a igreja. A vida da igreja e um pastorear mútuo, onde
todos colaboram, ofertam seus dons, talentos, tempo, bens e fazem tudo isso com
equilíbrio e alegria de coração. Quanto mais nos distanciamos do padrão
estabelecido em Atos dos Apóstolos e na doutrina clara descrita nas cartas do
apóstolo Paulo, onde ele deixa bem claro como deve se portar a igreja de
Cristo, no aspecto coletivo, certamente vamos colher poucos frutos. Aumento de
números de membros, de ofertas, muita obra social, não quer dizer de maneira
nenhuma, que está havendo crescimento espiritual e frutificar do Espírito
Santo, no corpo de Cristo.
Enquanto a
igreja continuar com este modelo onde há só super-heróis ou super irmãos,
certamente ocorrerá um crescimento deficiente, onde a grande maioria viverá
acomodada a sempre receber leitinho nos cultos de domingo, ficando assim, sem
brilho, sem frutos, dependentes da espiritualidade dos outros, e para tristeza
do coração do Pai, independentes de Deus e de uma vida de comunhão autentica e
pessoal com Cristo, onde a igreja ou corpo de Cristo madura, vive um
crescimento e desfrute mútuo da graça de Deus, através da simplicidade, alegria,
amor fraternal, onde Cristo olha e zela por uma noiva e não por um homem,
havendo a participação nesta edificação por todos os seus membros. Este é o
verdadeiro principio da palavra de Deus para sua Igreja. Tudo fora do que já
nos foi revelado na palavra, é um modelo reprovado por Deus, apesar dos
aparentes resultados, pois Cristo é a cada dia diminuído, seu Espírito abafado
e impedido de agir livremente e o homem sendo exaltado dia a dia em seu caminho
de cegueira e glória.
Assim
como a matéria fala do meio evangélico de modo geral. Tambem minha explanação
não é direcionada a nenhuma denominação ou grupo de cristãos, mas sim à
realidade e contexto atual.
Na
comunhão e para a edificação dos santos,
D.
P. Carneiro – 19.06.2012
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