O FILHO PRÓDIGO
Entre as
faixas de luz que cobrem o ocaso purpurino
em que se
enche de poesias e se enche de fulgor
esconde-se
no céu violáceo o astro divino
num
derradeiro adeus a tarde multicor.
E enquanto
pairam no ar as nuvens esbraseadas
e ascende
nos jardins o aroma dos rosais
a aragem
branda oscula as pétalas doiradas
e tece nos
frouxéis, rondós e madrigais.
E o filho
pródigo, sentado aos pés de adusta fronde
inclina a
fronte e pensa, e o semblante contrai:
___ninguém
ao seu soluço intérmino responde
a mágoa com
fere a ausência do seu pai.
Então sua
alma sente a dor da desventura
e se
constrange, e sofre, e muito triste esta
a saudade de
casa aumenta-lhe a tortura
que somente
o regresso um dia apagará.
Ele decide,
pois, partir estrada afora
a procura do
lar onde fora feliz
e no supremo
anelo em que palpita agora
arrependido,
enfim, consigo mesmo diz: __meu Pai!!
Estende seu
olhar pelo caminho e avança
e imerge
pela noite adentro a soluçar
sua alma
turbilhava entre a dor e a esperança
e a saudade
imensa e profunda do lar.
E quando na
manhã ridente, o sol resplende
e sobre a
terra a luz em filigranas cai
ele avista o
bom pai que braços seus lhe estende
e chorando,
repete em lágrimas: __Meu Pai!
E o filho
que estivera em seus pecados, morto
agora é
redivivo e cheio de vigor
outrora sem
paz e sem nenhum conforto
agora está
feliz no lar do seu amor.
Então se
abre no céu um rasgo luminoso
e ecoam
vozes mil no seio da amplidão
e o pródigo
a sorrir num mundo venturoso
ressuscita a
cantar pela voz de perdão!
O Poema "
O Filho Pródigo", recitado pelo Ten Soares na Solenidade
Matinal da Academia de Polícia Militar em Homenagem aos Pais.
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