O TESTAMENTO DO MENOR DE TODOS
Paulo na segunda
carta a Timóteo nos revela tanta fé e realidade ao deixar seu testamento ao
mundo. Fé, por que no final de sua vida, a maior recomendação a Timóteo, um filho
e servo amado, era que nunca deixasse de pregar o evangelho a tempo e fora de
tempo. Recomenda que ele esteja firme na palavra, para redargüir, repreender, exortar, fortalecido
em toda palavra de Deus, pois os tempos já eram maus naquela época, com muitos
lobos no meio do rebanho de Deus.
Mas revela a realidade
triste do egoísmo e individualismo humano até entre os filhos de Deus, pois
começa a dizer que Demas tinha o desamparado, amando o presente século, e foi
para Tessalônica. Que Alexandre o latoeiro, que apostatando na fé e resistindo
aos irmãos, tinha lhe causado muitos males. Diz que Crescente foi para Galácia
e Tito para Dalmácia, só ficando Lucas para ajudá-lo.
Ao findar sua vida, o grande
apóstolo Paulo pede apenas para Timóteo que quando viesse a Roma, que trouxesse
consigo a Marcos, alem de sua capa, pois o inverno estava próximo, alguns
livros e pergaminhos.
Não para minha surpresa, pois como Cristo disse, conhecemos
também claramente o quem tem dentro do homem, e colocamos nossa confiança e
esperança somente em Deus, que é fiel eternamente. Mas Paulo quis deixar este
relato de abandono registrado para sempre, assim como aconteceu com Cristo,
pois no momento em que mais precisava daqueles irmãos que eram seus
colaboradores no seu sofrimento, prisão, pobreza, ameaças, perigos,
humilhações, o abandonaram na sua primeira defesa, na hora que o império romano
se levanta para julgá-lo em Roma pela segunda vez. Este relato não foi deixado
na soberania de Deus para denegrir a fé dos cristãos, mas para nos ensinar e
advertir que só Jesus é o único amigo verdadeiro e fiel, que jamais nos
desamparará, nem nunca nos deixará, mesmo diante da morte. Paulo já tinha tido
muitas experiências onde a morte o cercou por muitas vezes e de muitas
maneiras, mas seu testemunho sempre vem nos revelar seu amor, fé e plena
confiança em Deus, que diz: “Porque não queremos irmãos, que ignoreis a tribulação
que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que
podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos. Mas já em
nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas
em Deus, que ressuscita os mortos; O qual nos livrou de tão grande morte, e
livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda” - II Cor 1:8-10
Mas uma vez Paulo se vê
diante da morte, mas seus olhos estavam fitos em Jesus e no seu poder.
“Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes
todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor
assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e
todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me
livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem
seja glória para todo o sempre. Amém.” – II Tim. 4:16-18
A história conta que Paulo
tinha sido libertado no ano de 63, após dois anos de cativeiro em Roma, antes
de Nero incendiar Roma. Falam que ele viajou para a Espanha para levar o
evangelho, como era seu desejo, (Rm 15,24.28), mas acabou retornando a Roma na primavera do ano 67,
acompanhado por Lucas. Lutou
para unir os irmãos que sofriam com as terríveis perseguições e crueldades de
Nero. Os historiadores afirmam que Paulo fixou morada na margem do Rio
Tibre, perto da ilha Tiberina, local este de sua última residência, onde foi preso novamente acusado de chefiar os cristãos.
Paulo se despede do mundo, falando que havia cumprido sua
missão e que estava pronto para encontrar com seu amado Jesus. “Porque eu
já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida
está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz,
me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua
vinda.” – II Tim 4:6-8
Ele sabia que seu tempo
chegava ao fim. O Espírito lhe revelava todas as coisas. Os próprios irmãos em
Cesaréia de Felipe, já profetizaram sofrimento para sua vida, se fosse para
Jerusalém, onde seria preso, ao que ele respondeu: “Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou
pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor
Jesus.” - Atos 21:13.
Também aos cristãos de
Éfeso, Paulo relata: “E agora, eis que,
ligado eu pelo espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de
acontecer,
Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações. Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles. E levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, Entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até o navio.” - Atos 20:22-26;36-38
Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações. Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles. E levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, Entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até o navio.” - Atos 20:22-26;36-38
Assim como Cristo, quando
chegou sua hora dirigiu-se determinado para Jerusalém, assim Paulo também o
fez, na obediência e fé aquele que o chamara na estrada de Damasco um dia, indo
também para ser preso em Jerusalém e mais tarde martirizado em Roma, entregando
sua vida, que foi oferecida pela igreja de Cristo, como aspersão de tão nobre
sacrifício, que redundou numa profunda revelação dos mistérios ocultos em Deus
ao mundo, como ninguém jamais conseguiu nos revelar a amplitude, profundidade e
gloria de Deus manifestada em
Jesus Cristo, por todos nós.
Naquele mesmo ano de 67,
Paulo após outro julgamento, foi executado pelo império Romano, mas suas
palavras e sua vida, mudaram assim como Cristo, o mundo todo, iluminando como
um tocha viva nas mãos de Deus, ainda mais o caminho eterno que o Senhor Jesus
abriu em seu amor eterno para nós na cruz do calvário.
Suas últimas palavras
revelam, assim como em toda sua vida, sua grande fé em Deus, que sempre o
guardou; grande preocupação e profundo amor pelos irmãos, a igreja de Cristo,
que Ele na sua fé, obediência e fidelidade ao chamado de Cristo, gerou e gera
ate hoje, milhares de cristãos, para gloria de Deus.
“E o Senhor me livrará de toda a má obra, e
guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre.
Amém. Saúda a Prisca e a Áqüila, e à casa de Onesíforo. Erasto ficou em
Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto. Procura vir antes do inverno. Éubulo, e
Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam. O Senhor Jesus Cristo
seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém.” – II Tim. 4:18-22
Daniel Prado Carneiro – 14.09.12
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