CARLOS NEJAR - A VERDADE
OS TEXTOS EM NEGRITO FUI EU QUE MARGUEI.
Texto
copiado do jornal A TRIBUNA, de 12 de fevereiro de 2012, Domingo,
Vitória-ES
“De caminhar se faz o caminho”– escreveu o grande poeta espanhol Antonio Machado. E esse verso me acompanha , como diria Drummond, “no fatal lado esquerdo”. E de viver muito, é que os olhos se abrem .
“De caminhar se faz o caminho”– escreveu o grande poeta espanhol Antonio Machado. E esse verso me acompanha , como diria Drummond, “no fatal lado esquerdo”. E de viver muito, é que os olhos se abrem .
Leitores,
desliguei-me da Igreja Cristã Maranata, por opção, não fui
desligado: saí límpido. Nunca, no entanto, me desliguei de
sua doutrina, a mais fiel aos ensinamentos bíblicos que
conheci, até hoje. (GRIFO MEU)
Único
ministério não pago e que não vive das ofertas dos crentes.
Cada pastor tem sua profissão civil.
Nunca
assisti ao espetáculo que assisto, diariamente, na tevê, com
incessantes pedidos de dinheiro, por este ou aquele motivo.
Ali conheci homens de Deus, com caráter irretocável, como o
falecido pastor Edward Dodd, entre outros. Citei-o, por
acaso, de exemplo, tendo presenciado inúmeros, e alguns
anônimos, sob o mesmo molde espiritual. Mas não me
fixo nos homens quando “a palavra é lâmpada para os pés".
E de viver muito, os olhos se abrem.
Desliguei-me
, mas ao perceber que, por um grupo restrito,
a Igreja Mar a n a t a é injustamente atacada, focando
o desvio de conduta de alguns, já demitidos dos cargos que
exerciam e afastados da referida denominação, respondendo,
inclusive, a processos, admito, de público, a presença de
Deus ali.
Ao
recordar-me da afirmação serena do profeta Jeremias (6:29-30):
quando o fole do Vento do Espírito não está furado e
opera, tenazmente, a prata (ou alegria da salvação) não
escurece e os maus são arrancados do meio do povo.
Essa
triagem vem do Alto e é sadia.
A
verdade nos liberta, não envergonha, nem confunde,
nem desagrega, “nem cora, nem engana”.
E
quem salva não é determinada Igreja, mas Cristo, única “porta
das ovelhas”.
Entendo,
claramente, que nada ficou encoberto e as medidas adequadas
foram tomadas, com mão forte. O que basta.
E
nesse transe, mais estimo a figura que o Senhor levantou,
do pastor Gedelti Vitalino Gueiros, seu presidente. Já
escrevi uma crônica neste jornal a respeito de sua
fidalguia , integridade e nobreza. Sou testemunha.
Ao
sair, não sofri agravos, nem permitiu que
o fizessem, respeitando minha decisão,
e permanecendo amigo. Simplesmente por ter visão
mais larga do cristianismo, como do momento
histórico em que transitamos, ao carregar o difícil
cajado da prudência e da sabedoria.
Admiro,
portanto, sua obstinação, levado pela fé, em levar
adiante o Evangelho, dedicando a isso a existência e os bens,
há mais de 40 anos, por achar a graça no deserto.
E
agora, quando é agredida essa Igreja, que se estendeu pelo mundo,
não por seus defeitos, mas pelas virtudes, sou o primeiro a
querer retornar, caso me aceitem.
Carlos
Nejar é escritor da Academia
Brasileira
de Letras e da Academia
Brasileira
de Filosofia
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