JESUS PAGA O TRIBUTO
Mateus
17: 24-27
Os fariseus, doutores da lei e os
sacerdotes de Israel, viviam sempre seguindo a Jesus com o objetivo de
apanhá-lo em alguma palavra ou ato que pudesse servir de motivo de acusação e
condenação ao Senhor. No entanto, eles nunca alcançaram o seu intento, pois
Jesus era íntegro em palavras e atitudes perante Deus e os homens.
Uma vez Jesus estava ensinando no
templo, e os sacerdotes mandaram os guardas mais fortes que tinham para
prendê-lo, mas os guardas não conseguiram chegar até onde Jesus estava por
causa da multidão que o cercava. Enquanto esperavam uma oportunidade, os
guardas puderam ouvir as palavras e ensinos do Senhor Jesus, e seus corações
foram sendo quebrantados e amolecidos; eles então voltaram para seus chefes,
que lhes perguntaram por que não cumpriram sua ordem, e responderam eles: “Jamais alguém falou como este homem”.
Certo dia, quando se encontrava em
Cafarnaum (aldeia da consolação), a casa onde Jesus estava recebeu a visita de
alguns cobradores de impostos. Eles haviam sido enviados pelos sacerdotes para
perguntarem se Jesus pagava as didracmas
cobradas pelo império romano, com a intenção de incriminá-lo caso fosse
devedor. Naquela ocasião, Pedro os atendeu e diante da sua pergunta, respondeu
(sem consultar Jesus) que o Senhor pagava as didracmas. Os publicanos, então,
foram embora para cientificar seus mandantes do que haviam apurado, mas o que
eles não sabiam é que Pedro havia dado uma resposta precipitada, pois Jesus
nunca havia pago imposto algum aos romanos.
Quando Pedro entrou em casa, foi
interpelado pelo Senhor Jesus com uma pergunta: “Que te parece Simão? de quem
cobram os reis da terra os tributos ou o censo? dos seus filhos ou dos
alheios?”. Pedro então respondeu: “Dos alheios”. Jesus lhe disse: “Logo, estão livres os filhos; Mas para que
não se escandalizem, vai e lança teu anzol ao mar e o primeiro peixe que subir,
abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o e dá-o por mim e por ti”.
Desta forma, Jesus mostrou a Pedro
que Ele como Filho de Deus (O Rei de todo o Universo), não devia impostos nem
tributos ou qualquer outra coisa a ninguém. Mas por causa da resposta
comprometedora de Pedro aos publicanos, Ele agora seria obrigado a pagar as
didracmas relativas ao imposto cobrado a todos os judeus sob o governo romano.
Deus proveu uma forma para que isso acontecesse, através do dinheiro na boca do
peixe pescado por Pedro. O estáter
vale duas didracmas, o valor necessário para o pagamento da dívida de duas
pessoas. Jesus de fato pagou a dívida com a sua morte na cruz, e nós que não
tivemos trabalho algum, fomos beneficiados.
Este fato profético aponta para uma
realidade espiritual profundamente abrangente, e que está relacionada ao
Projeto de Salvação do homem. Jesus foi enviado a este mundo, como homem, e
durante toda a sua vida nunca deveu nada a ninguém. Ele nunca cometeu pecado ou
falta alguma diante dos homens nem diante de Deus. Mas por causa do homem que
pecou contra o Pai, desobedecendo sua Palavra, Jesus teve que assumir uma
dívida que não era sua. Por causa da atitude do homem, que agiu por conta
própria, transgredindo contra Deus, é que o Senhor Jesus teve que pagar o alto
preço da dívida que na verdade era nossa. Na qualidade de pecadores, nos
tornamos “alheios” e devedores, e não filhos “isentos”. Jesus tomou sobre si
toda a nossa culpa e enfrentou sozinho a condenação, como único meio de nos
libertar do “escândalo” do pecado por nós cometido. Foi a forma de pagamento
provida por Deus em nosso favor.
As humilhações sofridas, as
perseguições, as privações, o desprezo, a violência dos bofetões e cusparadas,
a fronte rasgada pelos espinhos da coroa, as mão e os pés dilacerados pelos
cravos e tantas outras formas de sofrimento e dor, foram experimentados pelo
Senhor Jesus, por causa de nossas atitudes, palavras e pensamentos. Deus
permitiu que seu Filho Unigênito sofresse tudo isso; Ele só não permitiu que
seus ossos, a estrutura de seu corpo, fossem quebrados, pois ela representa a estrutura
da Igreja como Corpo de Cristo. A
igreja pode até ser perseguida e afligida, mas nunca desestruturada. Ela não
pode caminhar manquejando ou coxeando, mas ereta e firme.
Esse foi o preço que Jesus pagou por
nós. Ele como Senhor e Príncipe, como Filho de Deus, nunca deveu nada e nunca
se achou engano na sua boca, mas por nossos pecados Ele morreu, para nos livrar
da dívida por nós mesmos contraída. Jesus pagou aquilo que era de nossa
responsabilidade, e agora, para estarmos realmente livres da dívida, precisamos
atentar para o Projeto de Salvação estabelecido por Deus e revelado por Jesus
quando mandou Pedro lançar seu anzol ao mar e tomar a moeda da boca do peixe.
Quando Pedro obedeceu a orientação de Jesus, pela fé na sua Palavra, obteve o
valor necessário para pagar sua parte da dívida. Jesus providenciou o meio para
isso.
Nós somos como aquele peixe que foi
pescado do mar. Nós fomos resgatados do mundo de perdição em que vivíamos, e
agora precisamos atentar para o que diz a Palavra em Romanos 10:9, que diz: “Se, com a tua
boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.
A moeda retirada do interior do
peixe através da sua boca, suficiente para o pagamento da dívida de Pedro,
aponta para a confissão procedente do nosso coração, de que Jesus Cristo é o
nosso Senhor e Salvador. Se mantivermos essa confissão até o fim, seremos
salvos e eternamente livres da dívida
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