CÁLICE
O Antigo
Testamento usa grande variedade de substantivos para designar, segundo a forma
e tamanho, este utensílio oriundo do Egito ou da Fenícia, no qual bebem
igualmente os ricos e os pobres.
Também
nos templos usavam‑se cálices para as ofertas de libaçöes (I Crônicas 28:17).
Os mais
preciosos eram de prata (Gênesis 44:2)ou de ouro (I Reis 10:21), tinham formas
grego‑romanas e eram pouco fundos.
Nas
refeições profanas, cada um tinha seu copo individual (Gênesis 40:13 Marcos
7:4), do qual bebia e as vezes se embriagava.
O
anfitrião costumava acolher e dar as boas vindas oferecendo a cada convidado um
copo de vinho, beber do copo de alguém era sinal de profunda intimidade. (II
Samuel 12:3).
Nestes
usos encontramos a origem dos vários simbolismos que acompanham a palavra
cálice nas Escrituras.
1‑ O
cálice de ações de graça
Literalmente
o cálice das libertações (Salmos 116:13), alude simbolicamente ao banquete
festivo no qual se ofertava a Deus um cálice de vinho, em testemunho de
gratidão pelas libertações recebidas (Salmos 116:17).
O ritual
da páscoa, em particular, comportava, quatro copos a ele sucessivamente
levantados em sinal de ação de graças (Lucas 22:17,20).
A
elevação do cálice, na Santa ceia, conserva este valor, ele é o cálice da bênção
(I Críntios 10:16 - Mateus 26:27).
2‑ O
cálice de consolação
Alude ao
copo de vinho que se oferecia nos banquetes fúnebres aos parentes enlutados.
A imagem
aqui aponta principalmente para o vinho que é o símbolo da alegria.
3‑ O
cálice do destino
Como em
outras literaturas orientais, o cálice simbolizava na bíblia, sobretudo nos
salmos, o destino terrestre.
Este uso
provém da idéia de que o homem recebe seu destino, como o convidado recebe o
copo de vinho das mãos de seu anfitrião.
O copo
de vinho recebe o destino feliz daquele que Deus cumula de bens (Salmos 16:5;
Salmos 23:5).
Pelo
contrário, o castigo e a morte do ímpios é figurado por um cálice de fogo e de
enxofre ( Salmos 11:6), de desolação e de ruína (Ezequiel 23:33), que é preciso
sorver até escórias (Salmos 75:8).
Os
profetas empregaram repetidamente esta figura para proclamar a ira e os juízos
de Deus.
Com
ênfase representaram a Deus enchendo de ira o cálice que faz beber ou encarrega
os profetas de fazer beber aos que se
rebelaram contra ele.
Ao copo
associa‑se, aqui, a idéia de embriaguez e queda. (Isaías 51:17) (Ezequiel
23:31).
O
próprio povo de Deus se serve para executar a sua ira, compara‑se a um cálice
(Jeremias 51:7) (Zacarias 12:2).
Através
dos profetas (Habacuque 2:16) (Salmos 75:9), e o Apocalipse a utiliza para
evocar a cólera de Deus (Apocalipse 14:10; 16:9; 18:6).
De forma
semelhante Jesus alude sua morte falando no cálice que terá de beber (Mateus
20:22.23) (João 18:11), e no Getsêmani roga ao pai para que afaste dele
"este cálice" (Mateus 26:39.42).
Esta
palavra não é mero sinônimo de morte, mas dá a entender que é o próprio pai
quem decidiu a morte de seu filho e lha dá como seu verdadeiro destino, pedindo‑lhe
que o aceite voluntariamente.
4‑ O
cálice da comunhão
Quando
circula entre os convidados, como acontecia durante certas festas, o cálice
significa a comunhão que os une (I
CO 10:21).
Jesus
instituindo a ceia, reparte entre seus apóstolos o cálice de seu sacrifício,
para demonstrar‑lhes que participam desde já do mesmo destino que ele. (I
Coríntios 10:16) (Lucas 22:28.30).
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